Cadeira 10
No final da crônica passada foi referida a existência do pelourinho de São Luís. A respeito desse símbolo da autonomia municipal, Odorico Mendes, aos 17 anos, compadecido do espetáculo de supliciamento de um negro amarrado ao pelourinho da cidade, compôs o seguinte soneto: “Despido em praça pública, amarrado, Jaz o mísero escravo delinquente: Negro gigante de ânimo inclemente Na mão tem o azorrague levantado. A rir em torno, um bando encarniçado Ao verdugo promete um bom presente, Se com braço mais duro ao padecente Rasgando for o corpo ensanguentado. Homens, não vos assiste a menor pena Dos sentidos seus ais, […]
Requento hoje um velho texto publicado nesse jornal, com ilustrações de Ubiratan Teixeira. A data em que saiu tal matéria, perdi-a, mas tenho absoluta certeza de que foi em dias do século passado. Também tenho absoluta certeza de que o procedimento é honesto, por tratar-se de texto meu, e pela declaração que faço de seu reuso. Procedimento, aliás autorizado por cronistas da estatura de Fernando Sabino e Ruben Braga, que entre si trocaram uma crônica e a requentaram até à exaustão. No meu caso, atualizei aqui e ali algo que dessa providência precisava. E, nas proximidades do aniversário da cidade, […]
O Consórcio de Alumínio do Maranhão – Alumar está, neste 2015, comemorando 35 anos de sua implantação em São Luís. Dir-se-ia, se estivéssemos utilizando o linguajar corrente nas colunas sociais, que a cidade evoca as Bodas de Coral de um casamento que tem sido bem-sucedido, a despeito de alguns percalços perfeitamente superáveis e superados em relação do gênero. Não terá sido sem alguma razão, clara ou desconhecida, que esse gigantesco empreendimento industrial aportado na São Luís de 1980, chegou aqui sob o selo da Alcoa, uma das empresas-mãe do conglomerado mundial de Alumínio. Motivo que explica o fato de até […]
Com o recente passamento do nonagenário cururupuense Natalino Salgado, pai de meu amigo e confrade Natalino Salgado Filho, que presentemente muito e muito luta para finalizar no grande estilo que sempre caracterizou seu reitorado na Universidade Federal do Maranhão, onde está concluindo a gestão mais dinâmica e frutuosa de toda a história daquela instituição de ensino superior, acredito que haja desaparecido o último integrante de um grupo luzido de alunos de meu Pai. José Alípio de Moraes Filho, meu saudoso Pai, era um sambentuense nascido em 1883, e que, a par de seus quatorze irmãos germanos (atenção! Escrevi quatorze irmãos […]
1855 – A Rua Grande é completamente calçada. – Criação do Cemitério do Gavião. 1856 – Companhia do Anil fica responsável pelo abastecimento de água em São Luís por 20 anos. 1861 – Aparece em São Luís o “Parnaso maranhense”, reunião de 52 poetas. 1866 – Sotero dos Reis inicia a publicação de seu “Curso de literatura portuguesa e brasileira”, em 5 volumes. 1869 (11 de abril) – morre a matriarca ludovicense Ana Joaquina Jansen Pereira Leite, a conhecida Donana Jansen, nascida em 1787. 1870 – Publicação do “Dicionário histórico-geográfico da Província do Maranhão”, de César Augusto Marques. 1873 – […]
Livres dos holandeses, que ao invadirem o Maranhão causaram sérios embaraços à normalidade da vida colonial na cidadezinha que era São Luís, inclusive afetando seriamente religiosidade do povo, já que, protestantes e insolentes, os invasores ofenderam gravemente os princípios religiosos aqui observados, dir-se-ia que São Luís estava devolvida à paz de seu cotidiano, não fora o acontecimento do final da década de 40 desse século, a seguir sumariamente registrado. 1649 – Assassinato de 11 padres jesuítas pelos índios uruatis; 1652 – O Estado do Maranhão é dividido em duas capitanias: do Maranhão e do Grão-Pará, por força da Resolução Régia […]
Em termos muito gerais alinho hoje uma série de datas marcantes na História de São Luís, a contar do início de sua colonização. Servirão esses tópicos rememorativos e de alguma valia para estes nossos tempos de quase completa amnesia em torno de nosso passado, fato que leva ao desconhecimento parcial do presente e à falta de perspectivas quanto ao nosso futuro. Século XIV – 1539 – Expedição de João de Barros, primeiro donatário do Maranhão, parte de Lisboa rumo à capitania doada pelo rei Dom João III ao célebre gramático, humanista e feitor da Casa das Índias. Composta de grande […]