Era curto o caminho e ias depressa,
como se longo fosse e não sabias.
eu te surprendi constante nessa
viagem sobre o amargo dos teus dias.
teu olhar era forte, a mão espessa.
não sei da tua dor, porque sorrias.
e te vi de esperanças e promessa
cobrir a estrada em que, sorrindo, ias.
ah! o tempo mais ágil na corrida
quão pouco te deixou colher da vida
e as mãos, como a esperança, estão vazias.
agora te contemplo: a marcha estanca,
vergado o corpo sobre a barba branca.
era curto o caminho e não sabias.